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Mitos

Claro que vai haver muita gente a saltar-me para cima aos urros. Vão chamamar-me de tudo e até invejoso...
Mas não faz mal. A verdade é que tenho muito respeito pelo João Villaret e não é por este pequeno pormenor que vou deixar de o ter.

Quando eu era um jovem ainda curioso e sedento de coisas que se faziam no teatro e no cinema em Portugal, havia algo que me fazia sentir enjoado de cada vez que era confrontado com uma certa forma de expressão corporal e vocal muito comum aos nossos actores. Um dramatismo exagerado e um pouco provinciano, herdado de uma escola medieval extinta, arrepiava-me e fazia-me fugir de certas manifestações.

Nesta intrepretação, Villaret não está no seu melhor e traz à tona esses mesmos defeitos que tanto mal fizeram às artes performativas no nosso país. Mal declamado, excessivamente gritado, uma raiva mal sentida e sobretudo uma dicção apressada e sem pausas que subverte a verdadeira intenção do poema. A não repetir:
Aliás, não devo ser o único a queixar-me porque muito raramente ouvimos isto. Mas enfim: pelo valor do poema de Régio, vale a pena relembrar!

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