Mais um texto daqueles que descobri na gaveta dos rascunhos. Setembro 2011 Fogo Fátuo Pelo ontem traçavam caminho meus passos sem rumo. Meu ser largou amarras junto a um vago cais, para deixar em terra as palavras que meus lábios nunca soltaram. Há um fresco e tresnoitado ar que desperta mistos de felicidade e angústia. De mão dada, vento e mar mostram memórias antigas onde te via voando pela rua. Alguma delas terá tropeçado no meu respirar e caído no rio, junto à borda, para fazer de conta que o todo o sal do oceano veio daqui, deste pequeno recanto entre as pedras por onde correm as minhas mágoas. No turbilhão dos minutos, revoltos como o teu cabelo longo, arrepios quentes percorrem-me o ser ao ritmo das ondas. Terra dentro, por onde caminham os homens, há verdes campos por onde espraias tuas tardes e despejas o fogo dos teus olhos feitos mel e incenso. A tua voz vestida de nebelina despe-se em promessas de lua nova enquanto o bater do teu...
À procura do futuro nas areias do presente...