Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2011

Tiago Duarte - Quando a expressão ultrapassa o significado.

Tiago Duarte , reside actualmente em Manchester, no Reino Unido, onde termina o mestrado em Belas Artes. É difícil colocar em palavras escritas todas as horas em que debatemos sobre tantas coisas e também sobre estas andanças da expressão enquanto arte ou sobre a ausência daquela nesta. O que me ficou foi a força indelével com que o seu trabalho me impressionou o espírito e me assegurou que este criador tem à sua espera um futuro grandioso se mantiver o caminho explêndido que até agora tem trilhado. Os seus trabalhos têm por certo um tom que não se acerca da consciência do mero mortal e como ele mesmo diz : "o valor da arte está nos olhos de quem a vê". Partindo desse pressuposto, T. Duarte inicia uma incessante busca por esse desprendimento, alicerçada numa postura calma e contemplativa que permite transmitir no suporte uma tempestuosa força que parece não encontrar fim de obra para obra. Trespassa no conjunto o seu olhar crítico e assertivo como se fizesse um tremend

O Sol De Londres

 Talvez porque tenha chegado de Manchester, cidade de que realmente não gostei ou porque acordei com um sol esplendoroso, a despertar-me de um atribulado sonho onde as memórias exaltadas se misturavam com alegrias incertas de desejos simples, como andar pela beira-mar, a verdade é que a vida atravancou-me o olhar e tudo me parece agora mais ardente e feliz. Tantos anos desta cidade e de cada vez que me afasto, volto como se fosse a primeira vez.   Ontem, quase perdia o último comboio de Charing Cross para Eltham e arrisquei ficar empancado toda a noite em Londres. Já se ouviam os apitos de partida quando me atirei ofegante para a carruagem cheia de personagens dignas de um filme.    Estranha viagem! Uma bela senhora, quarentona avançada que quase imaginei poder ser minha, não fosse a rispidez do gesto em contraste com a forma elegante como vestia, sentada à minha frente, deitava-me olhares inquisitivos e lia uma revista de arquitectura. Num canto, meia dúzia de jovens exaltados

Um Adeus a Manchester!

  Nem sei que dizer deste lugar! Apenas me fica a impressão de que nunca hei-de sentir saudades. Arrepios sim! Não de frio nem de febre: só de desconforto interior! Parto amanhã para Londres e já a alma me parece sorrir. Adoro aquela cidade e mais quando me encontro longe dela.   Aqui vai ficar cimentada a ideia de que as primeiras impressões são sempre as que sobrevivem. Quer seja dos lugares quer das pessoas. E aqui, estas são mesmo o que se esperaria de uma cidade que é tão triste, húmida e pesada.   As caras refletem bem o céu cinza que tanto me acabrunha os minutos! As pessoas são cabisbaixas e secas por trás das peles cinzentas como o céu de Manchester. Haverá alguém que ame esta terra e a chame "sua"?   De tudo o que aqui vi só um lugar me chamou a atenção e me marcou pela positiva: a Faculade de Belas Artes da Manchester Metropolitan University. Ali, na companhia do amigo Tiago Duarte , artista de alto nível e cujo trabalho me inpira o maior respeito, visitei os

Terra de moinhos

De onde se fala de paredes e chaminés de tijolo esverdeados pelo tempo imenso em que estão mergulhados numa nuvem húmida e densa que envolve toda a cidade de Manchester. A minha viagem para Londres tinha por objectivo encontrar o motivo para o meu próximo trabalho na linha do que executei há alguns anos em Lisboa e que hoje é a base da minha arte, pelo menos no que toca à sobrevivência no dia-a-dia.  Entretanto e a propósito de uma conversa de tasca em Lisboa com o António e com o Mário, resolvi dar um salto a Manchester para visitar um amigo de longa data e que também escreve as suas linhas. Aliás foi a qualidade dessas mesmas palavras que exacerbaram a minha vontade, que era já grande, de o visitar. Aqui não referirei o seu nome a seu próprio pedido.   Cheguei a Manchester num domingo de Janeiro às 23 horas e fui efusivamente recebido pelo meu amigo com abraços que muito bem me fizeram à alma e a deixaram acalmar por alguns momentos dos tormentos que tem vivido nestas últimas semana

Quo vadis, Facebook?

O Meu amigo Jorge Lemos perguntou no FB: "Facebook: quebra barreiras aproximando as pessoas ou, em sentido inverso, mata o exercício da conversa aberta, directa e na primeira pessoa? Será uma caixa de pandora?"   Ao que comentei: "O Facebook é mesmo a caixa de Pandora. Mas não só por esse motivo: a transferência da vida social efectiva em que as pessoas se encontram e partilham a vivência, para o mundo virtual em que apenas se encontram na rede, veio fazer da realidade individual um quarto fechado em que desaparecem as barreiras entre o humano e o animal. Mas não deixa de ser a maior experiência de anarquia jamais intentada pelo ser humano..."   E ele, "Não consigo, ainda, ter uma ideia formatada sobre esta nova realidade. É bem verdade que se refizeram velhas amizades e se criaram outras, novas. É bem verdade que aproximações (familiares e de amizades) aconteceram. Mas também é bem verdade ... que ao não haver uma "acareação", deix