Desesperamos pelo medo de vermos o sonho ser lapidado pela realidade crua com que se vestem as auroras. Perdemos o sentido no rodopio da flor do vento e deixamos negra e fugidia a figura que limitou o destino encalhar nas costas do mar de noites em vão. Somos apenas um nem-grão-de-areia na esfera que se perde na imensidão de uma glória feita de minutos que carregam séculos. Cada hora espraia seu cântico nas cordas do bater de alma com que os vivos se derrotam a si mesmos.
Já quase somos o quase nada que seremos depois do fim dos dias. Caminhamos de mãos dadas com o esquecimento e fazemos juras de fidelidade a destinos que sabemos nunca nos vir visitar. Resta olhar a maré dos dias que nunca acabam em noite e das noites que nunca dasaguam na foz da manhã.
No céu incolor que as nossas asas ciam, nem deixamos o rasto do ar que respiramos, rarefeito na sua perfeita e imota cronologia. Somos cada dia um nada mais pequeno e invisível, mergulhado numa imensa galáxia feita de pequenos nadas e grandes sonhos. E tal como nós, esvai-se a consistência desses sonhos realizados, nas areias de uma clepsidra que ninguém ousou virar do avesso. O princípio torna-se fim em si mesmo; a certeza vagou lugares; a verdade é mentira. Tudo se reduziu ao seu não. Tudo é vaidade, dizia o pregador em Jerusalém. Mas não: também a vaidade se ajoelha um dia perante o nada que faz de todos nós um destino sem princípio.
Mas voamos ainda galgando minutos, horas e dias, doirando cada bater da alma com a tinta que vai caindo, rasgada pelos pedaços de tempo sem princípio nem fim que nos servem de asas. Esperamos inquietos a imobilidade eterna onde apenas teremos por companhia os sonhos que agora plantamos.
Já quase somos o quase nada que seremos depois do fim dos dias. Caminhamos de mãos dadas com o esquecimento e fazemos juras de fidelidade a destinos que sabemos nunca nos vir visitar. Resta olhar a maré dos dias que nunca acabam em noite e das noites que nunca dasaguam na foz da manhã.
No céu incolor que as nossas asas ciam, nem deixamos o rasto do ar que respiramos, rarefeito na sua perfeita e imota cronologia. Somos cada dia um nada mais pequeno e invisível, mergulhado numa imensa galáxia feita de pequenos nadas e grandes sonhos. E tal como nós, esvai-se a consistência desses sonhos realizados, nas areias de uma clepsidra que ninguém ousou virar do avesso. O princípio torna-se fim em si mesmo; a certeza vagou lugares; a verdade é mentira. Tudo se reduziu ao seu não. Tudo é vaidade, dizia o pregador em Jerusalém. Mas não: também a vaidade se ajoelha um dia perante o nada que faz de todos nós um destino sem princípio.
Mas voamos ainda galgando minutos, horas e dias, doirando cada bater da alma com a tinta que vai caindo, rasgada pelos pedaços de tempo sem princípio nem fim que nos servem de asas. Esperamos inquietos a imobilidade eterna onde apenas teremos por companhia os sonhos que agora plantamos.
Nem sei que te diga...!Sabes aquela sensação de BORBOLETAS NO ESTÔMAGO? É isso!
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