São palavras do GPS, metalizadas e frias de emoção. E temos aquela sensação estranha de saber se ficamos ou não contentes por chegar ao "destino", qualquer que seja.
E quem não quereria viver a vida como se fosse um programa de GPS com o percurso calculado, previsão de chegada, estado da via, etc.? Eu não.
A minha vida foi feita de estradas e encruzilhadas, sem GPS que me valesse. Olhando atrás só posso estar grato por, apesar dos "avisos à navegação" de vontades alheias, por bem intencionadas que fossem, ter feito as escolhas que fiz, as boas e as más, que me ensinaram tudo aquilo de que já não vou precisar nesta vida. Talvez, e o mais certo, é vir a precisar de tudo isso quando chegar ao momento que tanto é "chegada" como partida.
"Partir" e "chegar" são as duas faces da mesma moeda.
Quando começamos a viagem, deixamos atrás o "peso" dos minutos, horas e dias que fizeram parte daquele passado. E não voltamos a dar-lhe muita importância até que a "saudade" se torne mais forte do que o "presente". Aí lambuzados com as nossas tristezas procuramos consolo na física da saudade. Quem nunca escorreu lágrimas, depois de estar meses afastado do "lar", ao ouvir aquela música do passado ou olhar a fotografia que traz ao presente, alegrias e até mágoas de que sentimos falta? E os cheiros, os sabores, as cores...
Como todos, também fui viajante do tempo e da vida e estou agora próximo dessa chegada ao "destino" que é também "partida". A única diferença é que não tenho fotografias guardadas e tenho uma péssima memória auditiva. Fui rasgando os momentos de papel, por aqui e por ali, e das baladas que me rimaram e dançaram os dias sinto, de vez em vez, uma brisa que não chega a trazer-me os cheiros de um passado longo e doloroso.
Não me quero queixar e mais confirmo que faria tudo de novo da mesma maneira. Quiçá não me teria deixado levar tantas vezes pelo coração em detrimento da razão, apenas isso. Quanto ao resto, acho que não mudaria uma vírgula.
Foi bom? Foi mau?
Foi tudo isso e tanto mais que nem sei onde levar tanta bagagem. Acho que vou ter que deixar alguma nos "achados e perdidos".
Podrías haber puesto un traductor no?
ResponderEliminarMe gustaría poder leerla...jaja un fuerte abrazo de:
Don Quijote de la Mancha