Passei, confesso, pela estrada do orgulho! Como criança, adolescente ou adulto. No princípio, apenas por necessidade, depois por inconsciência e finalmente, por estupidez! Cada vez que olhava o espelho encontrava em mim tudo aquilo que desejava ser mas que, ignorante, ignorava! Cada passo, cada gesto, uma certeza apenas de que o pouco (quase nada, ou nada mesmo) que tinha feito na insignificância da minha vida, era um arrepio de prazer que me invadia a espinha e fazia de mim um ser melhor que todos os outros. Certifiquei, perante mim, que todas as coisas me eram possíveis. E falhei! Como era previsível, falhei! Julguei meus caminhos mais longos que todos os caminhos e quando sofri, muito e muitas vezes, julguei que ninguém mais do que eu sofrera. E mesmo assim, inchei de prazer e força por poder e aprender a sofrer! E porque, como Ícaro, caí e voltei a cair (mais do que uma vez), até que aprendi a voar, achei que era também mais do que o ar que me sustentava. E da dor que me assob...