Há, no torpor das noites, minutos de sonho que queria gravar fundo no meu acordar para lembrar-me mil vezes ao dia. É o sol do teu sorriso que fustiga a alvorada como um meio-dia tropical. A tua pele deixa-me sonhos de África no cheiro da terra vermelha. Caminho por entre os teus cabelos, pendurado no teu olhar e no horizonte absoluto de um futuro impossível, descubro velas erguidas em louvor de ti. Já não basta respirar: preciso ver-te! A manhã escorre lenta e pressurosa rumo ao zénite. No alçado correr do sangue espalham-se, como chispas incandescentes, repentes de ti e a memória ainda viva sorri momentos de aconchego. Pergunto tantas vezes: porquê musa minha me deleitas as noites e me abandonas os dias? Nos momentos indecisos, pairando entre horas, perco o caminho e cambaleio sem destino. No antigo porto, junto às carcaças de velhos navios que em silêncio contam histórias dos Sete Mares deixo-me ficar, em contemplado mirar de horizontes, perdido entre as agora ténues memórias do ...
À procura do futuro nas areias do presente...