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O passado também morre!

  As vozes que viajam nos ventos já me tinham dado a certeza: não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe! Ao caminhar pelo tempo passei pelas noites brancas e dias de cinza chumbo; olhei-me mil vezes e perguntei: porquê? Das lágrimas fiz mar e nele naveguei; e agora, descobrindo que tenho asas, volto a respirar e a ter a certeza: há, para além do horizonte, um porto de abrigo! A tormenta já não sacode os dias, as noites e auroras trazem no estômago um doce fervilhar de um arrepio de alegrias. Não do momento mas antes da certeza de que afinal nesta história da vida, há sempre um final feliz.
  Sereníssima hora em que respiro de novo o perfume das Rosas Damascenas quando passo pelo quintal ao lado. Já nem sei chorar! Nem rir! Agora contemplo!

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Domingo na Cidade

 As ruas desertas mostram a nudez das horas. Um silêncio familiar atravessa os raios de sol mortiço que iluminam os entre-olhares dos recém amantes sentados pelos bancos da praça. Há promessas para nunca cumprir e o sempre que se sussurra não passa de uma jura inocente de que a primavera vai durar para a eternidade. Pelo correr das horas dir-se-ia que o peso do ar não deixa passar o dia.   Num banco de jardim, cercado de andorinhões, os meus olhos prendem-se ao fio do horizonte na boca do rio e finge grades férreas nas colunas de uma ponte suspensa das nuvens. A cinza abafada do céu acinzenta os gestos de quem passa e apenas eu testemunho. a primavera.   

Já Não Quero Que a Saudade Regresse!

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