Quantos dias ficarão por esquecer quando tudo à tua volta te fizer perder a calma? Quantas horas em vão passarão pelo relógio do teu bater cardíaco antes que possas olhar-te no espelho e gritar: não posso mais?
Os olhares destroçados em silêncio e vazio atropelam desejos interiores enquanto te perdes em horizontes ardendo de ti. Nas tuas mãos treme ainda o odor da derrota de um amor desfeito em migalhas de céu. E só tu sabes que o jardim de casa já não tem aquele canto onde te escondias para chorar as lágrimas que lá dentro evitavas... E nem as árvores te ensombram agora o braseiro em que ardes por dentro.
Pelos corredores estreitados da tua prisão cambaleias os dias numa surdez muda de que não tens memória. Olhas mas não vês; ouves e não escutas; tocas e não sentes... As paredes, os quadros, tudo te parece agora despejado e nu. E ficas de pé, à porta de ti mesma, olhando sem perdoar a culpa que te juras mas que eu sei não ser só tua.
Abre-a! Abre essa porta e foge! Vai ver as flores que despontam pelos campos e perde-te por entre a floresta feita de gente que um dia também chorou. E quando chegares junto à fonte que sonhaste, bebe devagar dessa água que há-de matar a sede e a ânsia que te esmagam agora! A rubra manhã que te invadirá o sono trará cores que nunca viste e levar-te-á à eternidade.
Vai e nunca olhes atrás!
Os olhares destroçados em silêncio e vazio atropelam desejos interiores enquanto te perdes em horizontes ardendo de ti. Nas tuas mãos treme ainda o odor da derrota de um amor desfeito em migalhas de céu. E só tu sabes que o jardim de casa já não tem aquele canto onde te escondias para chorar as lágrimas que lá dentro evitavas... E nem as árvores te ensombram agora o braseiro em que ardes por dentro.
Pelos corredores estreitados da tua prisão cambaleias os dias numa surdez muda de que não tens memória. Olhas mas não vês; ouves e não escutas; tocas e não sentes... As paredes, os quadros, tudo te parece agora despejado e nu. E ficas de pé, à porta de ti mesma, olhando sem perdoar a culpa que te juras mas que eu sei não ser só tua.
Abre-a! Abre essa porta e foge! Vai ver as flores que despontam pelos campos e perde-te por entre a floresta feita de gente que um dia também chorou. E quando chegares junto à fonte que sonhaste, bebe devagar dessa água que há-de matar a sede e a ânsia que te esmagam agora! A rubra manhã que te invadirá o sono trará cores que nunca viste e levar-te-á à eternidade.
Vai e nunca olhes atrás!
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