São os dias que contam, não as horas. Dentro das almas há suor que escorre de um fazer por ainda não ter sido feito. A multidão escondida entre os sons da cidade, ecoa passos pela noite descoberta, como se a luz do dia tivesse deixado rasto. As paredes já não entornam o amarelo com que demarcam o escuro da vida que agora se junta, em rito de acasalamento, com as luzes da cidade. Insinua-se o negrume pelos recantos que acarinham as pedras da calçada cintilantes de passado, para deixar no ar fresco, pedaços de memória regados a morrinha de fim de Estio. Os homens esquecem que a satisfação é inimiga da criação e empanturram-se de dias largos de suor, para para poderem vangloriar-se da vida que se lhes escapa por entre os dedos. Os crentes olham agora mais uma certeza quando passam pelas escadas da igreja, onde se espraiam outras almas na espera de algum transeunte que lhes compre um pouco de paz, em troco de uma esmola. Há sempre lugar para mais um, que ali chega por ...